O dia 13 de maio é uma data significativa para o Brasil, pois marca a abolição da escravatura no país. A Princesa Isabel, filha do Imperador Dom Pedro II e herdeira do trono brasileiro, assinou a Lei Áurea em 13 de maio de 1888. A Lei Áurea foi o instrumento legal que aboliu oficialmente a escravidão no Brasil.
O processo que levou à assinatura da Lei Áurea foi influenciado por diversos fatores. A pressão crescente dos abolicionistas, tanto no Brasil quanto no exterior, desempenhou um papel fundamental. Além disso, o enfraquecimento da classe escravocrata e a falta de mão de obra para as lavouras de café contribuíram para criar um ambiente propício para a abolição.
A Princesa Isabel assumiu a regência do Brasil em três ocasiões durante as viagens de seu pai ao exterior. Durante uma dessas regências, em 1888, ela assinou a Lei Áurea. Aprincesa era conhecida por suas inclinações abolicionistas e foi influenciada pelo movimento abolicionista da época
Legado da escravidão e desafios atuais
O legado da escravidão é um tema complexo e abrangente, que tem impactado profundamente várias sociedades ao redor do mundo. Embora a escravidão tenha sido oficialmente abolida em muitos países há décadas, suas consequências continuam a ser sentidas até hoje. Aqui estão alguns dos principais legados da escravidão e os desafios atuais associados a eles:
Desigualdade socioeconômica:
A escravidão criou uma divisão profunda entre as pessoas, com os escravizados sendo privados de direitos básicos, oportunidades educacionais e acesso a recursos econômicos. Após a abolição, as desigualdades persistiram, resultando em disparidades socioeconômicas significativas entre grupos raciais e étnicos. Isso inclui diferenças no acesso a emprego, habitação, saúde, educação e justiça.
Racismo e discriminação:
A escravidão foi baseada em preconceitos raciais e, apesar da abolição, o racismo continuou a permear as sociedades. A discriminação racial persiste em várias formas, incluindo preconceito institucional, estereótipos negativos, tratamento desigual perante a lei e violência racial. Essas formas de discriminação afetam a vida cotidiana das pessoas, limitando suas oportunidades e criando barreiras para o seu desenvolvimento pessoal e profissional.
Trauma histórico e cultural:
A escravidão deixou um legado de trauma e sofrimento nas comunidades afetadas. As gerações subsequentes ainda carregam o peso dessa história, resultando em um trauma coletivo e ciclos de pobreza, marginalização e falta de autoestima. É necessário reconhecer e abordar esse trauma, bem como preservar e valorizar a cultura e a identidade das comunidades afetadas.
Educação e conscientização:
A história da escravidão muitas vezes foi negligenciada ou distorcida nos currículos educacionais. É essencial um ensino mais abrangente e preciso da história da escravidão e suas consequências para promover a conscientização e a compreensão entre diferentes grupos sociais. A educação desempenha um papel fundamental na superação dos estereótipos e na promoção da igualdade.
Justiça e reparação
Muitos argumentam que a escravidão e suas consequências exigem justiça e reparação adequadas. Isso pode envolver políticas de ação afirmativa, compensações financeiras, programas de desenvolvimento comunitário e outras medidas para corrigir as desigualdades históricas e promover a inclusão social e econômica.
Enfrentar esses desafios requer um esforço conjunto de governos, instituições, comunidades e indivíduos. É importante trabalhar para construir sociedades mais igualitárias, justas e inclusivas, onde as pessoas sejam valorizadas independentemente de sua origem étnica ou racial, e onde as consequências da escravidão sejam reconhecidas e superadas.
Nota: O Jornal do Senado do império que noticiou a abolição da escravatura pode ser conferida na íntegra
Confira as indicações de livros:
A abolição do comércio brasileiro de escravos.
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Tal obra tem como subtítulo
A Grã-Bretanha, o Brasil e a questão do comércio de escravo (1807-1869)
, escrita por um especialista em história latino-americana e em relações anglo-brasileiras. Parte da indagação de como o comércio de escravos, um dos principais pilares da economia brasileira, veio a tornar-se ilegal, para em seguida investigar por que, embora declarado ilegal, provou-se impossível, durante vinte anos, suprimir tal comércio. Finalmente, demonstra como ele foi abolido. Obra importante para a compreensão não só do Brasil, mas de Portugal, da Grã-Bretanha e da África naquele período.
Escravidão – Vol. 1 , de Laurentino Gomes
Autor dos best-sellers “1808”, “1822” e “1889”, Laurentino Gomes apresentou a primeira parte de sua trilogia sobre a escravidão no Brasil, resultado de uma pesquisa de seis anos. O volume inicial cobre um período de 250 anos, que vai do primeiro leilão de cativos africanos em Portugal até a morte de Zumbi dos Palmares.